A amamentação representa um conjunto de comportamentos que reforçam o vínculo afetivo entre a mãe e o bebé.
Por meio de contacto físico próximo e interações afetuosas na díade, a amamentação representa um conjunto de comportamentos que reforçam o vínculo afetivo entre a mãe e o bebé, pois a produção de prolactina e ocitocina durante esta fase está associada a níveis mais baixos de stresse materno e maior vínculo. Assim, contribui para o desenvolvimento de determinados comportamentos maternais durante primeiro período de pós-parto, tais como, tocar e olhar.
Em comparação com as mães que alimentam com fórmula, as que amamentam têm uma maior modulação do sistema nervoso parassimpático, níveis mais baixos de perceção de stress e menos sintomas depressivos.
Todo este envolvimento, quer a nível de contacto físico, afetuoso e mental, contribui para uma maior sintonização da mãe para com as necessidades físicas e mentais do seu bebé.
Apesar de tudo o processo de amamentação pode ser percecionado de forma diferente pelas mamãs.
Entre 2019 e 2020, 83,9% das mulheres americanas relataram ter iniciado a amamentação, mas apenas 25,8% continuaram com leite materno exclusivo após os 6 meses. Esta queda deve-se a dificuldades psicológicas, menor autoeficácia e autoconfiança. Experiências negativas na amamentação estão associados a sintomas de depressão, sensação de luta e solidão, alterações de humor e distúrbios do sono.
Uma das principais razões para interromper a amamentação é a dor. A dor da amamentação afeta até 68% das mães que amamentam e é percebido como altamente angustiante. A dor pode ser um desafio regulatório que esgota os recursos fisiológicos e psicológicos. Além disso, a constante presença de dor reduz o envolvimento em diferentes atividades e aumenta a sensação de impotência. No caso da amamentação, como é uma atividade que leva horas nos primeiros meses de vida, se existir dor ao longo dos tempos a mães temem por esta hora e diminuem, por vezes os laços vinculativos.
Esta dor pode ter diferentes causas, tais como disfunções crânio-oro-faciais no bebé, que podem ser avaliadas por diferentes profissionais de saúde especializados na área.
Fontes: Abargil, M.; Irani, M.; klein Selle, N.; Atzil, S. Breastfeeding at Any Cost? Adverse Effects of Breastfeeding Pain on Mother–Infant Behavior. Biology 2023, 12, 636. https://doi.org/10.3390/biology12050636
Pilyoung Kim; Ruth Feldman; Linda C. Mayes; Virginia Eicher; Nancy Thompson; James F. Leckman; James E. Swain (2011). Breastfeeding, brain activation to own infant cry, and maternal sensitivity. , 52(8), 907–915. doi:10.1111/j.1469-7610.2011.02406.x