Sabia que todos os recém-nascidos saudáveis são respiradores nasais?

Os recém nascidos vêm equipados com umas bochechas “gordas” e uma língua que ocupa a maioria do espaço dentro da boca. Estas estruturas facilitam a criação de vácuo dentro da boca, essencial para a extração do leite da mama, e, dificultam (e muito) a passagem de ar pela boca nos primeiros meses.

À medida que o bebé cresce, cresce também a boca, a face e aumenta o espaço “vazio” dentro da boca. O sentido do crescimento depende da estimulação que é dada às estruturas como falado no post anterior. A amamentação promove um padrão de sucção amplo que estimula o crescimento craneofacial adequado. A amamentação é também associada a uma presença MENOR de hábitos orais prejudiciais. Além disso, o leite materno tem propriedades protetoras das infeções respiratórias e de alergias.

Estudos recentes mostram que a duração da amamentação impacta significativamente a probabilidade da criança respirar pela boca. Verificando-se que crianças amamentadas até aos 2 anos apresentam uma redução em mais de 10% da probabilidade de respirarem pela boca.

Savian, C. M., Bolsson, G. B., Botton, G., Antoniazzi, R. P., de Oliveira Rocha, R., Zanatta, F. B., & Santos, B. Z. (2021). Do breastfed children have a lower chance of developing mouth breathing? A systematic review and meta-analysis. Clinical Oral Investigations, 25(4), 1641–1654. https://doi.org/10.1007/S00784-021-03791-1/METRICS

Trawitzki, L. V. V., Anselmo-Lima, W. T., Melchior, M. O., Grechi, T. H., & Valera, F. C. P. (2005). Aleitamento e hábitos orais deletérios em respiradores orais e nasais. Revista Brasileira de Otorrinolaringologia, 71(6), 747–751. https://doi.org/10.1590/S0034-72992005000600010